Diástase pós-parto: é possível evitar? 

Diástase pós-parto e como evitar

Um espaço na região da barriga, que pode ser na altura do umbigo ou próximo a ele. Assim as mulheres definem a diástase pós-parto: o afastamento dos músculos retos abdominais que persiste após o nascimento do bebê. Mas afinal, é possível evitar a diástase depois da gravidez? 

Praticar exercícios individualizados durante a gestação é muito importante. As atividades para as futuras mães significam disposição, saúde e prevenção de doenças. Tais atividades podem incluir o trabalho postural, exercícios aeróbicos e para o assoalho pélvico. 

Do mesmo modo, há recomendações para evitar a perda funcional durante a gestação. Isso inclui estratégias que também têm como objetivo: prevenir a diástase e facilitar a recuperação da mãe. 

Acompanhe no artigo o que é diástase pós-parto e algumas recomendações que podem ajudar você a escapar desse problema. Boa leitura! 

Diástase pós-parto: o que é 

A diástase pós-parto é uma condição que afeta mulheres após o nascimento do bebê. É um distanciamento dos músculos do abdômen por um alongamento da linha alba. A linha alba é uma linha mediana profunda. Está na mesma direção da linha nigra, aquela marca superficial que aparece quando a barriga aumenta de tamanho.

Estima-se que a diástase se apresente em, no mínimo, dois terços das mulheres assim que dão à luz. Bem como espera-se uma aproximação muscular gradual dentro de oito semanas após o parto, em média. 

Entretanto, o problema pode durar mais tempo. Um trabalho (2016) apresentou uma prevalência de 45,4% da diástase para o período de seis meses após o parto. E de  32,6% para 12 meses (um ano). Quer dizer, bastante tempo depois da gravidez. 

Existem fatores que colaboram para a diástase pós-parto, além da gestação. Obesidade e sedentarismo estão na lista das possíveis razões. A persistência da distância muscular é considerada patológica, em geral, quando maior do que 2 cm. 

O tratamento da diástase envolve reeducação e ativações musculares, com o intuito de diminuir o seu afastamento. Porém, dependendo da resposta à abordagem e ao grau da diástase, pode até ser necessária a correção cirúrgica. 

Tenho diástase durante a gravidez? 

O distanciamento dos músculos retos abdominais ao longo da linha alba surge, quase sempre, na gravidez. Você sabe de que maneira? 

Primeiramente, acontecem alterações hormonais. Esses efeitos tornam o tecido conjuntivo mais flexível e favorecem as mudanças biomecânicas. Posteriormente, os músculos abdominais se alongam para permitir que o útero também aumente de tamanho. 

Tais mudanças (e ainda o crescimento do bebê) tendem a aumentar a pressão dentro do abdômen. Porém, o aumento da pressão intra-abdominal e o relaxamento de ligamentos e músculos são necessários. Afinal, ganhar espaço é importante para o desenvolvimento do neném. 

O reto abdominal, um músculo superficial, pode sofrer um estiramento de até 20 cm. 

Assim, pode-se observar a diástase em torno do segundo trimestre da gestação. E essa separação muscular varia até 10 cm. 

Espera-se uma resolução natural da diástase no período pós-parto. O puerpério é dividido em fases imediata (dias 1 ao 10 após o parto) e tardia (dias 11 ao 45 após o parto). Por isso, esse período, que tem duração de 8 semanas, é importante para avaliar o retorno da distância muscular. 

Como saber se estou com diástase? Inicialmente não há incômodos ou dor e a diástase pós-parto pode passar despercebida. 

Uma barriga ainda grande ou uma parede abdominal flácida são alguns sinais do problema. Ou seja, a condição ainda não se resolveu. Há também uma manobra caseira que pode ser realizada. 

Então, é possível reduzir as chances de ter diástase?

Como evitar a diástase pós-parto? 

Alguns autores relacionam o sedentarismo a uma dificuldade no retorno da diástase. Igualmente, enfatizam que realizar atividades físicas de maneira correta favorece a sua prevenção. 

Nesse sentido, exercícios físicos foram propostos para prevenir complicações e manter a saúde das mães e dos bebês.

Algumas entidades canadenses ligadas à ginecologia e obstetrícia aprovaram uma diretriz (2019) com instruções sobre o tema. O objetivo é orientar gestantes e profissionais de saúde sobre atividades físicas pré-natais. 

O estudo aconselha que todas as mulheres, que não têm contraindicações médicas, devem se manter ativas durante a gestação. Especialmente os casos em que a futura mãe estaria acima do peso ou não realizava nenhuma atividade. 

Exercícios para prevenir a diástase pós-parto

Um consenso de especialistas (2019) identificou 28 recomendações para o tratamento conservador da diástase relacionada à gravidez. 

Conforme as opiniões, os cuidados com a diástase pós-parto começam na fase pré-natal. A meta é promover uma função física ideal, limitar o comprometimento funcional e preparar para a recuperação pós-parto. 

São cinco importantes princípios que norteiam um programa de atividades pré-parto: 

  • enfatizar posturas estáticas e dinâmicas que reduzam as pressões intra-abdominais; 
  • incentivar padrões que reduzam aumentos na pressão intra-abdominal, por exemplo, rolar para o lado antes de levantar; 
  • ativar a musculatura interna, ou seja, unidades estabilizadoras;
  • evitar as contrações abdominais concêntricas, isto é, os abdominais; 
  • estimular o padrão respiratório diafragmático sem tensão. 

Visto que a diástase dos retos abdominais é uma disfunção multifatorial, cuidados individualizados são necessários. A avaliação e o acompanhamento com um profissional especializado é de suma importância. 

Para ter cuidado: movimente-se com segurança 

As atividades físicas pré-natais envolvem movimentar-se com segurança. Temos algumas sugestões para isso: 

  • evite fazer atividades com calor excessivo
  • evite exercícios que tenham risco de queda
  • hidrate-se antes, durante e depois do treinamento. 

Contudo, existem determinadas contraindicações aos exercícios durante a gestação. E as condições absolutas limitam as atividades e necessitam de acompanhamento clínico criterioso. 

Listamos algumas delas: 

  • pré-eclâmpsia; 
  • sangramento vaginal persistente sem causa conhecida; 
  • diabetes e hipertensão não controlados; 
  • disfunções cardiovasculares, respiratórias ou de outros sistemas; 
  • trabalho de parto prematuro.

Já as contraindicações relativas devem ser discutidas e acompanhadas pelos profissionais especializados. Também apresentamos alguns exemplos: 

  • história de abortos espontâneos; 
  • disfunções cardiovasculares e respiratórias leves a moderadas. 

Você se identificou com alguma das situações acima? Procure um profissional da sua confiança para orientações e acompanhamento supervisionado. 

Com base no que foi apresentado, há modos de tentarmos prevenir a diástase pós-parto. Isso envolve programas e atividades que mantém a mulher em movimento. Assim como exercícios que evitam o aumento da pressão intra-abdominal. 

Esperamos que o artigo tenha ajudado você com informações relevantes sobre o tema. Deixe sua dúvida nos comentários, para que possamos esclarecê-la. E não se esqueça de acompanhar o nosso blog sobre diástase. 

Obrigada pela sua leitura!

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